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Lembranças de um velho jogador 

Barracão Vermelho

          Causava arrepios para mim o simples fato de poder com um comando manual sobre uma alavanca presa em minha coxa, fazer com que uma figura numa tela de TV se movimentasse. Essa sensação para mim, até hoje é indescritível. Uma sensação que tomou conta de mim naquele momento, e sem dúvida me tornou diferente. Explicação para isso eu não tenho, somente me deixei levar por aquele momento de alegria e felicidade.

          O momento mais antigo que minha memória me permite lembrar aconteceu num barraco de madeira situado na R. Conceição do Pará, 57, O endereço onde morei, onde nasci, meu berço de criação. Haviam 3 casas no mesmo quintal: A minha onde morava com meus país (Dna Lourdes e Seu Zé) e dois irmãos (Willame e Edvaldo), a casa dos fundos onde moravam a Benê e suas filhas Amanda e Adriana.

          Mas o barraco ao qual me refiro, era a casa do meio, de madeira vermelha e mal acabado era de meu irmão mais velho Ade. Ele era casado com Pepa e tinha dois filhos: Rafael e Regina.  Já cresceram casaram, tem filhos, mas para mim essa família sempre viverá na minha memória naquele barraco, que eu visitava todos os santos dias.

          Foi lá a primeira vez que tive contato com aquela peça eletrônica preta, com um cabo que ligava na tomada elétrica, e outro atrás da TV no lugar da Antena. Dois periféricos quadrados com um botão vermelho na base, e uma alavanca de borracha presa no meio. Ali estava eu, encarando, pela primeira vez o SUPERGAME. Como  desrespeitar aquela frase que diz “Atenção – Nunca coloque ou retire o cartucho com o video game ligado”, nunca, jamais faria isso. Eu deveria ter de 6 a 8 anos, mas já era suficientemente inteligente para nunca, jamais desacatar uma ordem daquele elemento raro.

          O SUPERGAME era um aparelho “genérico” que rodava cartuchos do Atari. Mas para mim, isso pouco importa. O SUPERGAME em minha memória será sempre o Atari de verdade.

          Percebia que meu irmão e meu sobrinho se divertiam bastante junto comigo. Tivemos momentos de alegria, raiva, apreensão, tensão...claro, tudo ligado a cada aventura que testávamos. Como descrever a sensação de poder jogar em duas pessoas, aquele futebol onde existiam onze jogadores de cada lado, mas você movimentava somente um, e ainda assim esse “um” podia sumir na parte de cima da tela, e aparecer em baixo...e vice-versa.

E jogávamos come-come (Pac-Man) O objetivo? Somar mais pontos e torcer para que o outro morresse logo para chegar minha vez.

 E jogávamos Pitfall. O objetivo? Jogar os vinte minutos da aventura, e no último segundo terminar o jogo com a tela paralizando o personagem no ar, durante o pulo. O Ade conseguiu isso uma vez

E jogávamos Enduro. A tela de neblina, a tela da noite....inesquecíveis.

E jogávamos....e jogávamos...

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